25 março, 2017

Resenha: Anjos e Demônios

"A religião é falha, mas só porque o homem é falho. Se o mundo exterior pudesse ver esta igreja como eu vejo, além do ritual de dentro dessas paredes, veria um milagre moderno, uma fraternidade de almas imperfeitas e simples, querendo apenas ser uma voz de compaixão em um mundo do qual se está perdendo o controle."
Sinopse: Às vésperas do conclave que vai eleger o novo papa, Langdon é chamado às pressas para analisar um misterioso símbolo marcado a fogo no peito de um físico assassinado em um grande centro de pesquisas na Suíça.
Ele descobre indícios de alo inimaginável: a assinatura marcada no corpo da vítima - um ambigrama, uma palavra que pode ser lida tanto de cabeça para cima quanto de cabeça para baixo - é dos Illuminati, uma poderosa fraternidade considerada extinta há 400 anos.
A antiga sociedade ressurgiu disposta a levar a cado a lendária vingança contra a Igreja Católica, seu inimigo mais odiado. De posse de uma nova arma devastadora, roubada do centro de pesquisas, ela ameaça explodir a Cidade do Vaticano e matar os quatro cardeais mais cotados para a sucessão papal.
Correndo contra o tempo, Langdon voa para Roma juntos com Vittoria Vetra, uma bela cientista italiana. Numa caçada frenética por criptas igrejas e catedrais, os dois desvendam enigmas e seguem uma trilha que pode levar ao covil dos Illuminati - um refúgio secreto onde está a única esperança de salvação da Igreja nesta guerra entre ciência e religião.


Assisti o filme Anjos e Demônios ano passado, estava sem nada pra fazer e liguei a tv, quando comecei a assistir já estava na metade, me apaixonei pela história e jurei que ia ler o livro pra entender melhor, mas o tempo foi passando... Do Dan Brown já li dois livros O Símbolo Perdido e Fortaleza Digital, pelos quais me apaixonei, adoro essa coisa de teoria de conspiração e acho o autor uma pessoa extremamente inteligente e criativa, conseguindo  transformar a nossa realidade em algo muito mais emocionante sem usar elementos fantasiosos.
Como fã de teorias de conspiração que sou, os Illuminati são os que mais me fascinam, adoro a história e é só ouvir esse nome que já começo a criar mil teorias na minha cabeça (gente, eles existem, sério!). Não gosto de ler sinopses antes de começar a ler o livro, pois acho que dá muito spoiler, quando percebi sobre o que o livro se tratava quase pulei de alegria! Se eu soubesse teria lido antes! Graças à minha memória de peixe, não lembrava de nada do filme e absolutamente tudo foi uma surpresa pra mim.

A história traz o maravilhoso Robert Langdon (quando eu crescer quero ser igual a ele) que é chamado com urgência para ver um corpo em circunstâncias estranhas dentro de um laboratório na Suíça, a partir daí o ritmo da história fica cada vez mais frenético, muitas descobertas e informações históricas surgem, da vontade de parar, fechar o livro e anotar num caderninho tudo que eu aprendi sobre estátuas, igrejas, catedrais, guerras, mapas, bombas, etc.
Nessa busca, Langdon conta com a ajuda de Vittoria Vetra, filha do físico assassinado no laboratório, juntos eles voam até o Vaticano e embarcam em uma busca pelo Caminho da Iluminação, sinais espalhados por Roma, onde todos podem ver, que levam até a Igreja Illuminati. Eles têm uma hora para encontrar cada marco, caso contrário, um cardeal morre. Esse elemento dos livros do Dan Brown, a corrida contra o tempo, é que dão mais vontade de ler, a história toda se passa em 24 horas!!

Impossível não se emocionar, empolgar e  se chocar junto com os personagens, é uma história muito envolvente, cheia de surpresas, correrias, atraques, personagens que não são o que dizem ser, flashbacks, revelações e tudo mais, realmente é muito fácil de se prender à leitura, indico muito esse livro!! Adorei conhecer lugares e estátuas que eu nunca tinha ouvido falar, sempre que acabava um capítulo ia pra internet pesquisar sobre o que Langdon tinha encontrado e me impressionava saber que o escritor tinha criado uma história fantástica baseada em fatos reais, ele nos convence de que o caminho da iluminação realmente existe, que o Vaticano realmente esconde segredos horríveis dentro daquelas paredes, é sensacional!!
A única coisa que me decepcionou foi uma informação do final, que, infelizmente, não posso contar pra vocês, meio que destruiu minhas teorias conspiratórias envolvendo os Illuminati, mas bola pra frente... Nem tudo que Dan Brown escreve é real, não é mesmo? Eu posso continuar sonhando com as minhas teorias...


Sou uma pessoa católica e, de certa forma, "fã" da minha religião. Apesar de considerar que todas as religiões seguem mais ou menos a mesma linha de raciocínio, não me imagino em outra. Já conheci várias, sempre que me convidam para conhecer outra religião eu vou, pois sou muito curiosa, mas nenhuma me fascinou tanto quanto a poderosa Igreja Católica, a única Instituição que sobreviveu quando o mundo desmoronou no final da Idade Média. Fico encantada com a história da minha religião, dos santos, dos padres, dos Papas e considero a existência dela nos dias de hoje uma referência à tudo que é importante, como devemos nos lembrar, independente da religião que seguimos, de sermos bons, de ajudarmos o próximo, de não deixar o mal se espalhar dentro de nós. A Igreja Católica é lendária, está de pé há tanto tempo, já viu tanto horrores no mundo e continua lá, firme e forte, nos lembrando que a única maneira de sobreviver em um mundo tão cruel é tendo fé e praticando seus ensinamentos (independente da religião).

Vou transcrever aqui uma parte do livro que me tocou muito, não considero um spoiler, mas é uma fala de um personagem em um momento importante, àqueles que não querem ler, a resenha termina aqui, mas gostaria de convidá-los para essa reflexão!!
"A Ciência é o novo Deus. Medicina, comunicações eletrônicas, viagens espaciais, manipulação genética, estes são os milagres sobre os quais agora falamos às nossas crianças. Estes são os milagres que alardeamos como prova de que a ciência nos trará respostas. As histórias antigas de concepções imaculadas e mares que se abrem não são mais relevantes. Deus ficou obsoleto. A ciência venceu a batalha. Nós nos rendemos.
Mas a vitória da ciência nos custou caro. Custou muito caro para cada um de nós. 
A ciência pode ter aliviado os sofrimentos das doenças e dos trabalhos enfadonhos e fatigantes, pode ter proporcionado uma série de aparelhos engenhosos para nossa conveniência e distração, mas deixou-nos em um mundo sem deslumbramento. Nossos crepúsculos foram reduzidos a comprimentos de ondas e frequências. As complexidades do universo foram desmembradas sem equações matemáticas. Até o nosso amor-próprio de seres humanos foi destruído. A ciência proclama que o planeta Terra e seus habitantes são um cisco insignificante no grande plano. Um acidente cósmico. Até a tecnologia que promete nos unir, ao contrário, só nos divide. Cada um de nós está, hoje, conectado eletronicamente ao globo inteiro e, entretanto, todos nos sentimos sós. Somos bombardeados pela violência, pela divisão, pela desintegração e pela traição. O ceticismo passou a ser uma virtude. O cinismo e a exigência de provas para tudo converteram-se em pensamento esclarecido. Alguém ainda se admira que as pessoas hoje se sintam mais deprimidas e derrotadas do que em qualquer outra ocasião da história do homem? Será que existe alguma coisa que a ciência considere sagrada? A ciência procura respostas usando fetos não-nascidos como material de pesquisa. A ciência até se atreve a reorganizar nosso DNA. Despedaça o mundo de Deus em parcelas cada vez menores em busca de significados e só encontra mais perguntas.
A velha guerra entre ciência e religião está encerrada. Vocês venceram. Mas não venceram honestamente. Não venceram fornecendo respostas. Venceram redirecionando nossa sociedade de modo tão radical que as verdades que outrora víamos como diretrizes agora parecem inaplicáveis. A religião não tem capacidade para acompanhar isto. O crescimento científico é exponencial. Alimenta-se de si mesmo como um vírus. Cada novo avanço abre caminho para outros novos avanços. A humanidade levou milhares de anos para evoluir da roda para o carro. E apenas décadas do carro para o espaço.

Atualmente, calculamos por semana o progresso científico. Estamos girando fora de controle, O abismo entre nós se aprofunda sem parar e, à medida que a religião vai ficando para trás, as pessoas se veem em um vazio espiritual. Imploramos pelo sentido das coisas. E, acreditem, imploramos de fato. Vemos OVNIS, frequentamos médiuns, buscamos contato com os espíritos, experiências extracorpóreas, uso do poder mental - todas essas ideias excêntricas têm um verniz científico, mas são descaradamente irracionais. São o grito desesperado da alma moderna, solitária e atormentada, deformada por seu próprio esclarecimento e por sua incapacidade de aceitar que haja sentido em qualquer coisa que seja estranha à tecnologia.
A ciência, dizem vocês, vai nos salvar. A ciência, digo eu, nos destruiu. Desde o tempo de Galileu, a Igreja vem tentando diminuir o ritmo da marcha implacável da ciência, às vezes por meios equivocados, mas sempre com intenções benéficas. Ainda assim, as tentações são grandes demais para o homem resistir. Previno-os, olhem em torno de si. As promessas da ciência não foram mantidas. As promessas de eficiência e simplicidade resultaram somente em poluição e caos. Somos uma espécie despedaçada e frenética, seguindo um caminho que leva à destruição.
Quem é esse deus-ciência? Quem é esse deus que oferece poder a seu povo, mas nenhuma estrutura moral para lhe dizer como usar este poder? Que tipo de deus dá fogo a uma criança, mas não a avisa sobre seus perigos? A linguagem da ciência não vem com diretrizes sobre o bem e o mal. Os livros científicos explicam-nos como criar uma reação nuclear, mas não têm nenhum capítulo discutindo se é uma boa ou má ideia.
À ciência, quero dizer o seguinte: a Igreja está cansada. Estamos exaustos de tanto tentar ser uma diretriz para o mundo. Nossos recursos estão esgotados por sermos a voz do equilíbrio enquanto vocês se atiram de cabeça em sua busca por chips menores e lucros maiores. Nem perguntamos por que vocês não se controlam, pois como poderiam? Seu mundo anda tão depressa que, se pararem por um instante que seja para refletir sobre as implicações de seus atos, alguém mais eficiente pode ultrapassá-los em um piscar de olhos. Por isso, vocês vão em frente. Promovem o aumento das armas de destruição em massa, mas é o Papa quem tem de viajar pelo mundo suplicando aos líderes que tenham prudência. Clonam criaturas vivas, mas é a Igreja que tem de lembrar a necessidade de considerarmos as implicações morais de nossos atos. Incentivam as pessoas a interagir através de telefones, telas de vídeo e computadores, mas é a Igreja que abre suas portas e nos lembra de comungar aqui, no mundo real, que é como se deve fazer. Vocês até matam bebês que ainda não nasceram em nome de pesquisas que salvarão vidas. Mais uma vez, cabe à Igreja comprovar a falácia de tal raciocínio.
E, o tempo todo, vocês proclamam que a Igreja é ignorante. Quem é mais ignorante, porém? O homem que não sabe definir o raio que cai durante um temporal ou o que não respeita seu poder admirável? Esta igreja está tentando chegar a vocês. Está tentando chegar a todas as pessoas. E, todavia, quanto mais tentamos, mais vocês nos repelem. Mostrem-nos uma prova da existência de Deus, dizem vocês. E eu respondo, usem seus telescópios para olhar o céu e me digam como é possível não haver um Deus!
Vocês perguntam com que Deus se parece, e eu, por minha vez, pergunto também: de onde vem essa pergunta? A resposta é uma só, a resposta é a mesma. Não veem Deus em sua ciência? Como podem deixar de vê-lo! Vocês proclamam que a menor alteração na força da gravidade ou no peso de um átomo teria convertido nosso universo em uma névoa sem vida em vez do magnífico mar de corpos celestes que contemplamos, e ainda assim deixam de ver a mão de Deus nisso? Será que é mesmo tão mais fácil acreditar que escolhemos a carta certa em um baralho em que há bilhões delas? Será que estamos tão falidos espiritualmente que preferimos acreditar numa impossibilidade matemática e não em um poder maior do que nós?
Se vocês acreditam em Deus ou não, têm de acreditar nisto: quando nós, como espécie, abandonamos a confiança em um poder maior do que nós, abandonamos também nossa noção da obrigatoriedade de prestar contas. A fé, todas as formas de fé, são advertências de que existe algo que não podemos compreender, algo a que temos de responder. Com fé, prestamos contas uns aos outros, a nós mesmos e a uma verdade maior. A religião é falha, mas só porque o homem é falho. Se o mundo exterior pudesse ver esta igreja como eu vejo, além do ritual de dentro dessas paredes, veria um milagre moderno, uma fraternidade de almas imperfeitas e simples, querendo apenas ser uma voz de compaixão em um mundo do qual se está perdendo o controle.
Somos mesmo obsoletos? Será que esses homens são mesmo dinossauros? Será que eu
também sou? Será que o mundo realmente precisa de uma voz para os pobres, os fracos, os oprimidos, para as crianças que ainda não nasceram? Será que realmente precisamos de almas como essas que, apesar de imperfeitas, passam a vida nos implorando para seguirmos as diretrizes da moralidade e não nos extraviarmos de nosso caminho?
Nenhum de nós pode se dar ao luxo da indiferença. Quer encarem toda essa maldade como Satã, corrupção ou imoralidade, o fato é que as forças do mal estão vivas e crescendo a cada dia. Não as ignorem. As forças são poderosas, mas não são invencíveis, O bem pode prevalecer. Ouçam a voz de seus corações. Ouçam a voz de Deus. Juntos, podemos recuar deste abismo.
- Rezem comigo. 
O colégio de cardeais caiu de joelhos para unir-se ao camerlengo em uma prece. Lá fora, na Praça de São Pedro e em todos os países, o mundo aturdido ajoelhou-se junto com eles." 
  
INFORMAÇÕES GERAIS:
Título original: Angels & Demons
Autor: Dan Brown
Ano de publicação: 2000
Gênero: Ficção, Mistério, Romance Policial
N° de páginas: 416
Editora: Sextante
Classificação: 5/5
Data do início da leitura: 18/03/2017
Data do término: 25/03/2017

DESAFIOS:


Livreando: Livro com capa vermelha
Bingo: Policial

Esse é o terceiro livro que eu li em março, seguindo o Desafio Literário Livreando, na categoria "Livro com capa vermelha", se alguém tiver interesse em saber mais é só clicar na imagem!!


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